Tragédia na Indonésia: brasileira Juliana Marins morre após queda em trilha no vulcão Rinjani

Na madrugada de sábado, 21 de junho de 2025, a brasileira Juliana Marins, de 27 anos, sofreu um grave acidente durante uma trilha no Monte Rinjani, vulcão ativo localizado na ilha de Lombok, Indonésia. Após cair de um penhasco íngreme que circunda a trilha próxima à cratera do vulcão, Juliana ficou presa em uma encosta a cerca de 650 metros abaixo do caminho principal. Após quatro dias de buscas intensas e condições adversas, a equipe de resgate encontrou seu corpo sem vida na manhã de terça-feira, 24 de junho.

Quem era Juliana Marins?

Juliana Marins morava em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2021, ela trabalhou com produção de conteúdo para canais de televisão como Off e Multishow. Jovem, talentosa e apaixonada por viagens e aventuras, Juliana decidiu explorar o Sudeste Asiático, incluindo a famosa trilha do Monte Rinjani, conhecida por sua beleza natural e desafios físicos.

O que aconteceu durante a trilha?

Na sexta-feira, 20 de junho, Juliana iniciou a caminhada rumo ao cume do Monte Rinjani, que possui 3.726 metros de altitude, sendo o segundo maior vulcão da Indonésia. Durante o percurso, em uma área de penhascos e terreno rochoso, ela escorregou e caiu de uma altura estimada entre 300 e 650 metros abaixo da trilha principal. Após a queda, Juliana conseguiu mover apenas os braços e olhar para cima, permanecendo imóvel e impossibilitada de se locomover.

Equipes de resgate foram acionadas imediatamente, e a busca se estendeu por quatro dias, enfrentando condições climáticas adversas, incluindo neblina, ventos fortes e chuvas, além da dificuldade do terreno íngreme e instável. Drones foram utilizados para localizar a jovem, que foi avistada a 500 metros abaixo da trilha no domingo, e posteriormente a 650 metros na terça-feira, quando finalmente seu corpo foi encontrado.

Desafios do resgate

O resgate enfrentou inúmeros obstáculos, como a escassez de equipamentos adequados para descer o penhasco íngreme, baixa visibilidade e riscos constantes de deslizamentos. A equipe teve que montar um acampamento avançado próximo ao local onde Juliana estava para organizar a operação. Apesar dos esforços e da mobilização da embaixada brasileira em Jacarta, que acionou as autoridades locais no mais alto nível, o resgate não pôde salvar a vida da jovem publicitária.

Histórico de acidentes no Monte Rinjani

O Monte Rinjani é uma das trilhas mais desafiadoras e perigosas da Indonésia. Seu terreno íngreme, combinado com ventos fortes e mudanças climáticas repentinas, torna o percurso arriscado mesmo para montanhistas experientes. Nos últimos anos, o vulcão acumulou um histórico preocupante de acidentes fatais:

• Em maio de 2025, um turista malaio de 57 anos morreu após cair durante a escalada.
• Em 2022, um alpinista português faleceu ao despencar de um penhasco enquanto tentava tirar uma selfie no cume.
• Em 2018, um terremoto de magnitude 6,4 causou desabamentos nas trilhas, resultando em 17 mortes e centenas de feridos, a maioria turistas.
• Em 2012, sete estudantes morreram durante uma escalada no vulcão.

Esses episódios ressaltam os riscos inerentes à região e a necessidade de preparo físico e cautela extrema para quem deseja encarar a aventura.

Características da trilha e turismo de aventura

A trilha do Monte Rinjani pode durar entre um a cinco dias, dependendo do roteiro escolhido. Ela leva os aventureiros até a borda da cratera, onde as vistas panorâmicas são consideradas espetaculares. No entanto, o percurso exige resistência física, experiência em montanhismo e atenção redobrada devido à infraestrutura limitada do parque e à falta de sinalização adequada em alguns trechos.

Turistas frequentemente relatam dificuldades com ventos fortes, neblina densa e mudanças climáticas rápidas, que podem surpreender até mesmo os mais experientes. Por isso, especialistas recomendam que apenas pessoas bem preparadas e acompanhadas por guias locais façam a trilha.

Repercussão no Brasil e no mundo

A notícia da morte de Juliana Marins causou grande comoção no Brasil, especialmente em sua cidade natal, Niterói, e entre amigos e familiares. O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota oficial lamentando profundamente o ocorrido e ressaltando que a embaixada brasileira em Jacarta acompanhou de perto as operações de resgate, mobilizando autoridades locais para agilizar os trabalhos.

Além do impacto emocional, o caso reacendeu o debate sobre segurança em trilhas de aventura e a necessidade de maior fiscalização e infraestrutura para turistas em locais remotos e perigosos.

O que podemos aprender com essa tragédia?

A morte de Juliana Marins é um triste lembrete dos riscos envolvidos em atividades de ecoturismo e aventura, especialmente em regiões de difícil acesso e com condições naturais desafiadoras. Para quem deseja explorar destinos como o Monte Rinjani, é fundamental:

• Planejar cuidadosamente a viagem, incluindo avaliação do preparo físico e experiência.
• Contratar guias locais especializados e seguir todas as orientações de segurança.
• Estar atento às condições climáticas e evitar riscos desnecessários.
• Garantir que equipamentos adequados estejam disponíveis para emergências.
• Informar familiares e autoridades sobre o itinerário e horários previstos.

Conclusão

A perda de Juliana Marins entristece a comunidade brasileira e reforça a importância de cuidados rigorosos em atividades de aventura. O Monte Rinjani, apesar de sua beleza ímpar, é um local que exige respeito e preparação para garantir a segurança dos visitantes. Que essa tragédia sirva de alerta para turistas e autoridades, visando prevenir futuros acidentes e preservar vidas.

Nosso sentimento de solidariedade vai à família, amigos e todos que acompanharam essa difícil jornada de busca e esperança.